Design Thinking: uma abordagem centrada no usuário

Design Thinking: uma abordagem centrada no usuário

Eae, tudo bele? Vamos falar sobre Design thinking?

Muito provavelmente você já deve ter ouvido falar sobre o termo, principalmente se você atua em um mercado criativo.

Neste artigo trago a ponta do iceberg de conhecimento sobre o Design Thinking, para você entender um pouco mais do seu conceito, para que serve e uma das maneiras de utilizá-lo, a fim que você inicie os estudos e dê os primeiros passos nessa abordagem e modelo de pensar o design.

O Design Thinking pode proporcionar uma abordagem capaz de combinar empatia com o usuário, dentro do contexto de um problema, com questões de negócios e de tecnologia.

Por tudo isso que neste artigo vamos falar sobre o famoso Design Thinking. Preparado? Vamos nessa?

Neste artigo você vai aprender:

Como surgiu o termo Design Thinking? O que é e para que serve o Design Thinking? Os 3 Pilares da abordagem 5 passos essenciais do Design Thinking

Como surgiu o termo Design Thinking?

Apesar do termo ter ganho popularidade nos anos 2000, a sua origem, mesmo que ainda não tivesse o nome design thinking, começou muito antes, entre as décadas de 1950 e 1960. É possível encontrar trabalhos de vários designers e profissionais de outras áreas que contribuíram para o design thinking como o conhecemos hoje. Nomes como Buckminister Fuller, Herbert Simon, Victor Papanek, Horst Rittel e Melvin M. Webber, entre outros, foram importantes para o “pensar design”.

“Um designer é uma síntese emergente de um artista, inventor, mecânico, economista objetivo e estrategista evolucionário.” Buckminister Fuller

O Design Thinking como ficou mais conhecido e aplicado em diferentes empresas e projetos, foi cunhado por Tim Brown e David Kelley, ambos designers e fundadores da empresa IDEO (empresa internacional de design e consultoria em inovação), onde eles começaram a aplicar essa nova abordagem, já em 1991.

Durante os anos seguintes, a IDEO teve o êxito de convidar várias pessoas altamente influentes e experts de diferentes áreas, desde antropologia até administração de negócios, para estudar design thinking.

Aliando o conhecimento teórico da academia com a efetiva prática do design, a ideia era criar times multidisciplinares para aumentar e qualificar as suas equipes e processos de design.

A IDEO ganhou reconhecimento e com isso eles conseguiram disseminar essa abordagem. Termos como design thinking e design centrado no ser humano, ganharam popularidade, tanto entre designers quanto entre profissionais de outras áreas. Programas educacionais foram lançados, como na d.school e também em outras universidades prestigiadas de todo o mundo.

Além desses programas educacionais, existem dois livros que são os pilares dessa abordagem e que foram os grandes agentes da popularização do termo. São eles:

Change by Design: How Design Thinking Transforms Organizations and Inspires Innovation.

E o livro Design Thinking: Uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias, ambos do autor Tim Brown.

Essas duas obras são responsáveis por explicitar mais a abordagem, e fundamentar alguns conceitos ligados à área da tecnologia e do design.

O que é e para que serve o Design Thinking?

Se você é da área do design, seja qual for o seu segmento (design gráfico, web design, ui design, product designer), provavelmente já deve ter escutado esse termo, seja em workshops, palestras ou cursos… Mas afinal, o que é esse tal Design Thinking?

De acordo com o livro do próprio Tim Brown, esse não deve ser entendido como uma metodologia, e sim como uma abordagem, ou seja, uma forma de agir e de enxergar o design.

Dessa maneira, essa
abordagem se diferencia das demais porque não está focada simplesmente no
processo de criação e no retorno do mercado, mas também, e principalmente, está
preocupado no ser humano, ou seja, no usuário. Por esse motivo, leva em
consideração as questões do público, do negócio e da tecnologia.

Sendo assim, esse tipo de abordagem pode ajudar ao designer, ou quem estiver aplicando essa abordagem, a resolver problemas para criar produtos, por exemplo, focando nas pessoas, além de outros problemas, como problemas de comunicação visual, de acesso, de usabilidade, de proposta de valores para melhorar situações e status.

Mas engana-se quem acha que esse design é utilizado somente no design propriamente dito! O Design Thinking pode ser aproveitado no âmbito empresarial, organizacional etc.

É muito comum vermos pessoas que não são designers falarem sobre Design Thinking, por não se trata apenas de design, e muito menos de design visual, e sim de uma forma de pensar e abordar os problemas, seja eles de um projeto de design ou não.

A abordagem Design Thinking utiliza de uma visão sistemática de um projeto levando em consideração 3 pontos fundamentais que são: desejabilidade, tecnicalidade e viabilidade.

Desejabilidade

Trata-se de quanto o usuários querem aquilo e para que desejam, qual a finalidade para elas, se será útil e de qual maneira. Para isso pode-se se fazer algumas perguntas, como: Será que existe procura por isso? Se sim, por quê? Como? Será que as pessoas gostariam disso? Gostaria de usar? Qual o benefício que elas podem obter com esse projeto?

Tecnicalidade

Trata-se da viabilidade do projeto em termos de tecnologia. Para isso pode-se se fazer algumas perguntas, como: É tecnicamente possível criar o que está propondo? Quais tecnologias serão envolvidas? Do que é preciso do ponto de vista técnico para publicar o projeto?

Viabilidade de negócio

Trata-se da viabilidade do projeto em termos de negócio. Para isso pode-se se fazer algumas perguntas, como: É possível comercializar o projeto? As pessoas pagariam por isso? Quanto o usuário estaria disposto a investir nisso? Existe algo parecido no mercado?

Esses pontos são a primeira parte do projeto e devem ser discutido e avaliados por todos os envolvidos. Após isso, é preciso entender também os pilares do Design Thinking. A seguir entenderemos sobre isso com os pilares do DesignThinking.

Os 3 Pilares da abordagem

Esse conceito se trata de uma abordagem, uma maneira de resolver os problemas, e, portanto, não há um passo a passo que deve ser seguido a risca para um bom aproveitamento. Por isso, o sucesso do Design Thinking está em como você entende e adapta essa abordagem!

Entretanto, existem 5 passos essenciais, que independente do seu entendimento, devem ser seguidos. Mas antes de tudo, você deve ter em mente que para o design funcionar, você deve entender os 3 pilares da abordagem: empatia, colaboração e experimentação.

Empatia: está relacionada ao entendimento do próximo, ou seja, imergir no problema do outro, sem pré-julgamento e preconceitos. Por isso, eu costumo chamar também esse pilar de Empatia Prática, porque você busca imergir de cabeça no problema.Colaboração: está relacionada a um mesmo fato poder ter várias interpretações. Ou seja, um mesmo problema pode ter visões diferentes, assim como, modos diversos de serem resolvidos. Dessa maneira, o Design Thinking trabalha com equipes multidisciplinares, para que as soluções e criações sejam pensadas por várias pessoas para potencializar a chance de encontrar o melhor caminho para solução daquele problema.Experimentação: está relacionada com a experimentação do produto propriamente dito, ou seja, a fase de colocar para testar na prática se tudo aquilo que foi pensado e planejado faz realmente sentido e se funciona como o esperado.

Esses pilares são fundamentais dentro do Design Thinking e todos os passos a seguir estão inclusos dentro desses pilares.

5 passos essenciais do Design Thinking

Como falado anteriormente, o Design Thinking é subdividido em 5 etapas. Essas etapas e as sua realização podem variar de acordo com a interpretação de cada um, já que a intenção nunca foi ser algo fechado. Um dos pontos positivos do Design Thinking é justamente essa liberdade na abordagem.

São elas: Entendimento/Observação, Definição, Ideação, Prototipação e Teste.

Entendimento/ Observação:

O primeiro passo é marcado pela organização da equipe, isso inclui separação de tarefas, confecção do cronograma etc. Nesse momento, você irá utilizar o primeiro pilar do Design Thinking, e aplicar a empatia, em busca de entender o outro e o problema, e as diversas formas de resolução. Para tanto, você poderá utilizar as ferramentas de pesquisa de campo, conversa, testes e mapas de empatia.

Definição:

Neste passo você irá utilizar as informações obtidas no passo anterior, e, a partir disso definir um problema e sua solução. Essa etapa tem relação direta com as etapas do que tem que ser feito.

Ideação:

Como o próprio nome diz, aqui você unirá todo o conhecimento adquirido nos passos anteriores para ajudar a conceber a sua ideia. Ou seja, você começará a tirar da parte das ideias e começar a por em prática as soluções para o seu problema. Para isso, você pode utilizar as ferramentas de brainstorming para trazer ideias de como colocar em prática.

Prototipação:

Aqui você irá juntar ou definir as ideias para criar algo que possa ser utilizado e testado em campo por usuários. E será com esse protótipo que você começar a testá-la. Para tanto, você pode, por exemplo, utilizar um MVP, que em português seria Mínimo Produto Viável .

Teste:

Por fim, temos a fase de teste em campo, com os usuários, do seu Design Thinking. O divertido e importante dessa parte é que você receberá feedbacks, e, assim poderá melhorar e validar o seu produto.

É válido ressaltar que mesmo com essas etapas pré definidas, esse processo não é algo fechado. Sendo assim, algumas pessoas podem subdividir algumas dessas etapas, como por exemplo, a quinta etapa, que pode ser dívida em uma sexta etapa denominada de “interação”.

Além disso, é recomendado que durante todo o processo a equipe seja multidisciplinar, para obter óticas diferentes e dar opções diferentes para o mesmo problema.

Vídeo : O que é Design Thinking?

Para contribuir ainda mais com o aprendizado sobre o assunto, eu decidi gravar um vídeo onde explico sobre a abordagem Design Thinking. Nesse vídeo eu falo sobre as vantagens de se utilizar essa abordagem explicando cada parte do processo e como você pode iniciar os seus estudos sobre essa forma de encarar o design e o processo criativo.

Considerações Finais

Você viu ao longo deste artigo quão benéfico pode ser aplicar essa abordagem. Mas devo te alertar sobre uma coisa: essa abordagem não se trata de uma poção mágica para resolver todos os seus problemas de design.

O Design Thinking é ótimo, mas não é a solução para tudo. Essa abordagem e modo de pensar está aqui mais para guiar, ou seja, ser um facilitador/professor. Nesse sentindo, essa abordagem busca acima de tudo te ensinar sobre o que é o projeto que você está trabalhando. É uma abordagem que trabalha acima de tudo com o entendimento e pensamento pratico do projeto.

E, embora haja um passo a passo e por vezes possa parecer algo distante de nós, o Design Thinking é algo intrínseco, se pararmos para pensar com calma, da função de um Designer, e que já deveria ter por essência a facilidade e a disposição para trabalhar em grupo, gerar empatia e desenvolver uma visão sistemática intuitiva afim de resolver o problema do projeto.

E você já utilizou ou usa o Design Thinking em seus projetos? Tem algo a acrescentar a este artigo? Deixe o seu comentário abaixo. Ele será bem-vindo. 🙂Forte abraço.

Até mais.

Fontes: https://www.ilabs.services/post/2018/06/26/a-origem-do-design-thinking-e-quem-fez-isso-acontecer

https://brasil.uxdesign.cc/design-thinking-para-leigos-2f018a30a3a0

Livro: Design Thinking: Uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias, ambos do autor Tim Brow
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Design Thinking: uma abordagem centrada no usuário
Fonte: Chef of Design